domingo, 27 de setembro de 2009

Imagina...

Imagina-te deitada, os olhos fechados, o breu da noite que te cerca por todos os lados, o leve e suave toque do lençol de seda sobre a tua pele, o peso reconfortante dos cobertores sobre o lençol de seda. Imagina que me ouves. Que ouves a minha voz. Que ouves a minha voz no teu ouvido. E imagina que falo, calma e pausadamente, e que com a minha voz te dispo o corpo e a alma. Imagina-te despida de corpo e alma e que escutas a voz que te sussurra ao ouvido. A minha voz. A minha voz no teu ouvido.

A minha voz que te penetra, que te invade, que te domina, que te disseca e autopsia. A minha voz que te mói, que te rompe, que te viola, impiedosa, pervertida e incansavelmente. Estás, agora, em meus braços. Teu corpo febril, elétrico, aceso, se cola-se ao meu. Teu cheiro é o meu, e o meu cheiro é o teu. Agora, somos uno, grudados, juntos, fundidos, misturados. Tuas mãos me enlaçam o pescoço, com muita força. Meus braços, recíprocos, te seguram, firmes, pelo quadril. Ouça minha voz. Ela te diz, te sussurra ao ouvido, apenas para que não esqueças, que Eu te amo.

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