segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Pediatra

Defino-me pelo pé. Sim, pelo pé, até porque, nada pode ser mais expressivo que os pés.

Por exemplo: Me acho um tremendo pé-quente, porém tem vezes que acordo com o pé esquerdo e meu dia já começa em pé de guerra. É como se a vida desse no meu contra pé. É normalmente, nesses dias, em que enfio o pé na lama, que eu fico com uma louca vontade de dar no pé, chutar o pé da barraca. Saio dando pontapés! Mas aí uma onda de consciência faz com que eu tome pé da situação e bote a cabeça no lugar, afinal, todos temos um dia de pé-frio.

O que eu acho um pé no saco, é levar uma rasteira de alguém. Sabe quando lhe tiram o pé de apoio? Pois é... É como se andássemos com um pé de pato, que nos impede de progredir. Por isso, tento sempre ficar de orelha em pé, pra que nenhum pé-rapado acabe me passando a perna. A vida é assim, e quando menos esperamos, podemos acabar surpreendidos. Por isso, é sempre bom saber onde se pisa, andar pé ante pé, pra não levar nenhum pé-na-bunda.


Não tenho samba no pé, não sou nenhum pé de valsa, o que seria um pé na roda, mas não, necessariamente, um objetivo ou uma filosofia de vida. Gosto de andar de pés descalços ou de tênis. Havaianas é coisa de praia. E, talvez por isso, eu tenha o pé chato. Aprecio muito o inverno, ou a chuva. O frio, enfim. Nada melhor que um pé d’água para olharmos um filmezinho, não? Ah... Como é bom ficar com os pés pro ar, deixar os pés de molho... Ruim é quando dá um pé de vento, que arranca pés de árvores, não deixando nada em pé. Isso sim, realmente me deixa de cabelo em pé.

Não sou pé de chinelo, também não quero que beijem meus pés. Não é qualquer um que chega aos meus pés, tampouco sou de pisar nos outros. Não sei porque tem gente que pega no meu pé... Mas sou assim, e nesse ponto, não arredo o pé. Minha vida é limpa e transparente, feito uma piscina, por isso não é preciso ficar com um pé atrás, com medo de entrar e não dar mais pé. Não sou de contar fofocas, muito menos segredos. Sou bom amigo, confiável, divertido. Tento ser especial para todos, ser diferente, deixar a minha pegada.

Estou no início da minha vida, ainda não fiz meu pé de meia, mas estou perto de pôr o pé na estrada. Espero não enfiar o pé na jaca. Mas se o fizer, sei que posso dar um passo atrás e recomeçar a caminhada. Gosto de dar um passo de cada vez, na pontinha dos pés, pensar com cuidado antes de tomar qualquer decisão. Manter os pés no chão.

Adoro pé-de-moleque (os da minha mãe são deliciosos), nunca tive bicho-de-pé, muito menos pé-de-atleta. Sou baixinho, pouco mais de 1,70m, pintor de rodapé. Odeio aquela piada esdrúxula “Você (tem) pé de homem?”, é desastrosa, infantil, sem-graça. E, apesar dessa crônica, não tenho pé de anjo, os meus são horríveis! Contudo, só eles conseguem me agüentar o dia inteiro.

Ah! Não me leve ao pé da letra, sou meio maluco mesmo, e, ás vezes, digo coisas sem pé nem cabeça.

2 comentários:

Unknown disse...

Estou enganada ou o pediatra é um estranho no ninho dos pés?! Não importa, na sopa de letrinhas cada um coloca o que quer e sente o sabor que quiser... ADORO... muito mais: AMO PALAVRAS...

Escola Estadual de Ensino Médio Cristóvão Colombo disse...

Matheus, gostei do teu pé! admiro pessoas com senso de humor inteligente...adorei o teu Blog, parabéns.