sábado, 10 de outubro de 2009

Para ti, escrito na solidão

Era noite. A luz era fraca, débil. Era uma luz tísica, feita de medos e de solidões. Eu procurava a ti, em minhas memórias, cego. Chamava por ti, mas tu não vinhas. Procurava-te e a pergunta era sempre a mesma - onde estás?

E o meu desejo, esse gato manhoso e arisco, vagueava pela noite, também ele à tua procura. Subiu ao telhado e miava, roucamente, de ansiedade. Que procurava ele, para além de ti? O teu sexo? A tua boca? A tua pele? – Teu sorriso, teus olhos, teu jeitinho de menina, você...

Estou cego, preciso da minha gata-guia.

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